"Um galo
sozinho não tece a manhã: ele precisará sempre de outros galos"
João Cabral
de Melo Neto
“Um galo
sozinho não tece a manhã” – eis o elemento impulsionador da ideia para
confecção deste material.
Na nota de
agradecimento às contribuições recebidas, o caderno-revista eletrônico que
antes pensava em juntar em si apenas poemas e poetas, expande-se para a ideia
de recepção de textos de outros gêneros. E agora, na recepção do 7faces, o
leitor haverá de notar que a ideia novamente se vê modificada. E, parece que,
enfim, consegui encontrar a modelagem do que realmente pretendia com esse
material.
“Ele
precisará sempre de outros galos” – eis o interesse/pretensão minha com esse
veículo. Não surge ele para transgredir nada e nem com ambições maiores do que
a de congregar em torno de um mesmo espírito, o da poesia, faces de todo mundo.
Eis o princípio de quando lançada na rede que dizia
tratar-se 7faces da gênese de uma rede poetas que ambicionava reunir
as vozes de poetas de todas as tendências, raças, cores, nacionalidades,
temáticas, do que pudesse caber nas infinitas páginas da Web. Logo, mesmo a
ideia tendo se modificado ao longo de sua gênese e com a possibilidade de
lançamento de um caderno-revista eletrônico, creio que esse propósito do seu
princípio ainda prevalece.
Só tenho a
agradecer, evidentemente, a todos os que contribuíram com esta edição, cujos
nomes já foram citados; é verdade que, sem os contributos, ela não haveria. Ou
fazendo jus à epígrafe cabralina que em sua lâmina vaza essa ideia – de que um
galo sozinho não tece a manhã – foram eles, os que contribuíram, galos-poetas,
que me fizeram de uma forma ou de outra pensar e re-pensar diversas vezes num
formato para o tecido desse veículo.
O número que
agora sai é dedicado a poeta potiguar Zila Mamede (1928-1985). Se fosse ser
publicado no tempo oportuno estaríamos pelo cinquentenário de O
arado – obra singular que vem trazer aos ventos literários do Estado um
estágio outro do fazer poético, já demonstrado quando do surgimento das obras
anteriores da poeta; cito, para ser mais específico, Rosa de
pedra e Salinas.
A ideia
dessa edição já estava pronta e, mesmo fora do tom, devido a não anuência de
uma data comemorativa prefixada no calendário, permanentemente pronta sai,
porque nunca se é data fixa homenagear aqueles nomes que de maneira singular
contribuem para uma percepção outra de nós mesmos e do mundo onde nos
inserimos. A escolha pelo nome de Zila, deu-se, antes da celebração de uma
data, mas a celebração de um nome – que alia-se com o material agora
publicado.
A escolha
por uma mídia digital é simples. Além dos custos serem quase apenas o do tempo
do editor, também é o meio eleito por excelência ao grande público, dando a
liberdade de o leitor consumir o produto da maneira que achar conveniente: na
tela do computador ou impresso, por completo o texto ou por pedaços.
Digo, para
finalizar, que este trabalho que agora é publicado já é, desde então, um
sucesso por congregar no seu ventre tão variadas faces, tão variadas vozes.
Pedro
Fernandes
editor
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